Este é um tema muito desafiador para se tratar nos dias atuais. Por isso, vou dar início, tomando por base, o que dizem as Escrituras Sagradas sobre os fundamentos da família.
“Se o SENHOR Deus não edificar a casa, não adianta nada trabalhar para construí-la. Se o SENHOR não proteger a cidade, não adianta nada os guardas ficarem vigiando. Não adianta trabalhar demais para ganhar o pão, levantando cedo e deitando tarde, pois é Deus quem dá o sustento aos que ele ama, mesmo quando estão dormindo. Os filhos são um presente do SENHOR; eles são uma verdadeira bênção. Os filhos que o homem tem na sua mocidade são como flechas nas mãos de um soldado. Feliz o homem que tem muitas dessas flechas! Ele não será derrotado quando enfrentar os seus inimigos no tribunal” (Sl 127 – versão NTLH).
Este Salmo foi escrito pelo homem mais sábio, mais influente e mais rico que o mundo já conheceu - Rei Salomão - o rei que assumiu o trono de Israel, logo após a morte de Davi.
As palavras do rei Salomão que compõem esse Salmo, estão embasadas no caráter, valores e princípios do Reino de Deus, Senhor e Criador de todas as coisas e é, nestes termos, que quero embasar o que passo a escrever aqui.
Segundo a Bíblia, Deus criou homem e mulher e designou o casamento e a família como a mais fundamental das relações humanas. Em nossos dias (século XXI), encontramos as famílias atormentadas pelo conflito e arrasadas pela negligência e o abuso. O casamento que teve como proposta inicial ser indissolúvel tem, agora, o divórcio como a ordem comum, o que resulta em miséria e dureza para os múltiplos milhões de vítimas.
Sem generalizar, o que se percebe é que muitos homens jamais aprenderam a serem maridos e pais aplicados. As mulheres, por não encontrarem o referencial (padrão -exemplo) de Deus em seus maridos, estão fugindo de seus papéis dados por Deus.
Ainda há os que não receberam nenhuma orientação, ou não tiveram nenhum exemplo de paternidade saudável. Esses jamais poderão oferecer algo aos seus filhos, pois se não receberam, nada têm para dar!
Pais que não sabem como preparar seus filhos se desesperam com seus rebentos rebeldes. Outros, simplesmente, abandonam seu dever, deixando filhos sem qualquer preparação ou provisão.
Aquela velha frase familiar e, porque não, confortadora – “Lar Doce Lar” – não passa de ilusão. Não há nada doce ou seguro em um lar onde há o abuso, a traição e o abandono.
Quem assume essa conta? Muitos podem se envolver, mas pouco ou nada podem fazer, pois esta responsabilidade é dos Pais, e por mais que sejam efetivos em suas ações, ninguém pode tomar este lugar.
Estamos perdidos então? Como família, sociedade, Igreja?
Há alguma solução? Como podemos evitar tais tragédias em nossas famílias?
O que farão os jovens casais de hoje, para manter o brilho do amor e do otimismo, mesmo décadas após fazerem os votos no casamento?
Há esperança de reparação dos terríveis erros cometidos ao longo dos séculos?
A resposta que trago aqui é SIM! Porém, é preciso entender que soluções raramente são acompanhadas de facilidades. Um lar sólido e devidamente construído, não acontece por pura sorte. Isso só pode acontecer se retornarmos ao Padrão Original – o Padrão estabelecido por Deus!
A Palavra de Deus é a Rocha sólida em que se deve construir um lar, uma família, e desde o início, Ele estabeleceu princípios básicos sobre a família que devem ser considerados. Ele nos dá instruções sobre como assumir nossos papéis, como membros da família. Essas instruções, encontramos na Bíblia. Ela nos guia em cada aspecto do serviço a Ele.
Toda família começa com o casamento. E, por mais desgastada que esteja a imagem do casamento em nossos dias, é preciso retomar os princípios da família.
O plano básico para a família começa com a estabilidade da união conjugal.
Um homem comprometido com uma mulher, em aliança, deve ser uma relação para toda a vida. Somente a morte deve cortar este laço. Isso traz equilíbrio emocional, sexual, familiar e social. Promove um ambiente seguro e saudável para os pais e para a criação de filhos. Porém, tudo isso implica em esforço, dedicação, proteção, responsabilidade, compromisso, prestação de contas.
A sociedade em que vivemos, vê esse padrão como algo inatingível, tamanha a decepção que as gerações vêm sofrendo. É preciso detectar a raiz do problema.
Em geral, quando não se oferece um ambiente familiar saudável, os membros desta família são recrutados pelos padrões que o mundo oferece – Álcool, drogas, sexualidade distorcida, abuso, violência.
Os problemas sociais são diminuídos quando as famílias são reforçadas, que é a primeira escola onde as pessoas devem ser formadas nos princípios e valores morais que regerão suas vidas.
Cabe à família levar este padrão ao senso comum gerando transformação!
Entretanto, a família é constantemente atacada hoje em dia, atacada na sua própria composição com projetos de lei que buscam apresentar novos padrões familiares. Leis que, ao invés de fortalecer as famílias, as debilitam oferecendo facilidades para o divórcio. Leis que promovem a legalização do aborto. A família é atacada até mesmo por aqueles que deveriam velar por sua integridade.
As bases familiares são destruídas também pelos valores da sociedade de consumo, que substituem os valores espirituais, resultando no esvaziamento de seus membros e na busca de soluções externas, quando a solução está dentro do coração humano.
Talvez, isso esteja acontecendo dentro de seu lar e você pode constatar na falta de comunicação familiar, no diálogo e troca de experiências com os membros da família. Mas, há tempo para os programas de televisão. Já não há tempo para escutar os filhos ou seu cônjuge, mas sim para aumentar a carga de trabalho e para sair com os amigos. Pare pra pensar: Se não há tempo para conversar e compartilhar experiências com as pessoas a quem “vemos”, haverá tempo para falar e escutar a Deus?
Essas más ações, no seio da família, promovem na vida de seus membros – especialmente dos filhos – insatisfação em se sentirem amados e, fatalmente, não saberão amar. A manifestação desta frustração é o desamor, a violência ou a fuga da realidade que se satisfazem nas drogas e álcool e tornam-se vítimas e presas fáceis de abusadores sexuais.
Fortalecer a família é o caminho para a cura da sociedade, do contrário, continuaremos colhendo as consequências já mencionadas, levando medidas paliativas e alimentando um círculo vicioso cada vez mais crescente.
Uma família saudável traz sobre a vida da sociedade, o alicerce que lhe falta e revela o projeto original de Deus, um ambiente de benção, amor, respeito mútuo, cumplicidade e proteção.
Deus não exige que tenhamos famílias perfeitas, mas famílias baseadas na integridade e união em Seu projeto.
Fortalecer a família é conduzi-la para Deus, pelo caminho que Ele traçou para ela e para toda a Criação.
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